quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A história da Aline...

              
             Eu tinha 17 anos quando minha menstrução começou atrasar. Entrei em pânico, não queria acreditar no que poderia estar acontecendo.
                                        
              Sentia que meu corpo estava diferente, minha barriga... algo estava estranho, mas tentava ignorar tudo aquilo . Com o tempo, comecei a me preocupar com a situação e resolvi fazer um teste de gravidez. Ao chegar ao laboratório  minhas pernas tremiam, minhas mãos suavam. Uma sensação horrível tomou conta de mim. Pensava: " isso não está acontecendo! É um pesadelo!"
            
             Fiz o exame. Tentava não acreditar no que poderia obter como resposta.
            Ao final da tarde voltei ao laboratório, peguei o envelope do exame, mas... sem querer pegar. Abri e a resposta estava lá: POSITIVO! Lembro de ter atravessado a rua, sem rumo, queria morrer. Para onde ir naquele momento? Não encontrava resposta.
                           
            Entrei numa igreja e tudo qe fiz foi rezar muito. Pedia a Deus para que tudo fosse uma mentira.
           Ao chegar em casa não tive coragem para contar nada a ninguém. Fiquei com aquele segredo   sufocado dentro de mim. Esperava um momento apropriado para contar a minha mãe, mas essa hora nunca chegava. Tentei conversar com meu namorado e a resposta que obtive foi que ele não queria problemas para a sua vida. 
  
              Todas as juras de amor,  as promessas de que eu era a única na vida dele, de que ficaríamos juntos para sempre... era uma mentira.  Estava eu grávida e sozinha. Chorei muito. Vi minha vida desmoronar. Sonhos sendo destruídos...
              
                 Numa noite tive muitos pesadelos e acordei assustada... Minha mãe, preocupada, foi até o meu quarto. Foi a oportunidade que tive para contar tudo para ela. Vi a decepção em seus olhos. E o silêncio tomou conta do seu ser.
                
                O pior foi contar para o meu pai. Como faríamos isso? Como ele reagiria? Minha mãe tomou coragem e contou tudo para ele. Pensávamos que iria  me dar uma surra e falar palavras de revolta para um pai decepcionado. Sentou-se no chão da varanda e chorou como uma criança. Vi em sua face um tremendo desgosto. Ver meu pai chorando foi a pior sensação que havia sentido em minha vida. Talvez se tivesse me batido doeria menos.
               
        
 (continua no próximo Post...)
 
Customizado pela professora Jaqueline Borges